Adoração

14-09-2010 22:51

 

           "Adoração"

               Parece-me que adoração é a palavra mais utilizada no meio evangélico, nestes dias. É um dos temas mais presente nas músicas que estão sendo executadas nas rádios, está presente em capas de livros, em matérias de revistas, é pronunciado em reuniões nos templos e tema de sermões e artigos. Livros e Bíblias têm sido lançadas e muitos seminários e congressos são realizados sob esta temática. Vemos a necessidade de refletir sobre isto e perguntar: trata-se apenas de uma “onda” do momento, influenciada pela temática da maioria das canções evangélicas, embalada pela indústria e que, como outros modismos, tem “prazo de validade” e trata-se de algo passageiro, ou, de fato, é uma resposta ao anseio de uma geração que quer experimentar uma vida de mais intimidade com Deus? Trata-se de um modismo ou de uma necessidade real da igreja?

                            Se estivermos falando apenas de uma liturgia mais “alegre” e emotiva, em reuniões nas quais as pessoas são convidadas a se envolver de forma mais dinâmica, batendo palmas, levantando as mãos, gritando de forma entusiasmada, ou ajoelhadas, com as mãos postas, ou mesmo prostradas ao solo, como que em êxtase, tomadas pela emoção do momento, pelas palavras envolventes dos que “ministram” e embaladas pelas canções que fazem grandes declarações de amor a Deus, talvez estejamos falando apenas de um modismo. Se estivermos falando apenas das músicas, cujas letras convidam para uma adoração ao Senhor, que falam de momentos de intimidade com Deus, por vezes até sugerindo situações de intimidade humanas, que mais parecem uma canção romântica, não levando em consideração que somos filhos e Deus é nosso Pai, mas também é Deus; se falarmos de canções que falam de quebrantamento, mas que são cantadas sem nenhum compromisso, então falamos de um modismo. Não quero aqui criticar os autores das músicas ou os que os cantam nas igrejas, mas mostrar que, se estamos cantando este tipo de música apenas porque são os sucessos do momento e escolhemos cantá-los nas nossas reuniões porque são os que agradam os jovens e serão um atrativo a mais para os nossos cultos, então estamos falando apenas de um modismo, de uma tendência musical e literária que tem um prazo de validade determinado.

               Se estivermos falando, entretanto, de um sentimento de desejo real por uma vida de intimidade com Deus, longe dos holofotes e dos palcos, que leve o adorador a um constante quebrantamento e submissão a Deus, através de uma vida de oração, busca e entrega, que o faça crescer em relacionamento íntimo com o Senhor, despertando um maior desejo de conhecê-lo e de engrandecer o seu nome, acima de todas as coisas, independente de estar, ou não, participando de uma reunião cuja liturgia seja propícia a isto, então estamos falando de uma real necessidade.

               Precisamos, com muita urgência, de pessoas que desejem viver uma vida de verdadeira adoração. Não apenas nos momentos de cânticos, nas igrejas, mas em todos os momentos da vida. Nos afazeres domésticos, na escola, no trânsito, no trabalho ou em qualquer outro lugar, buscando o Senhor, exaltando-o todo o tempo. Adoração como um estilo musical e nos gestos pode ser um modismo que influencia a muitos; adoração como um estilo de vida é uma necessidade urgente da igreja.

Soli Deo Glória

Paulo Roberto Balbino

Ministro de Música

Igreja Presbiteriana Independente de Goioerê

45 anos Servindo ao Senhor


João: 15: 16